sábado, 16 de outubro de 2010

QUESTÃO PARA A TERCEIRA SEMANA

Texto a ser postado entre 18 a 23 de outubro
Olá... nessa semana eu convido vocês para, à luz de PETTER (2002), refletirmos sobre o caráter prescritivo e o caráter descritivo no tratamento das questões de linguagem. Para elaborar o texto, mínimo de 15 e máximo de 25 linhas, considerem as seguintes orientações:

a) Qual a relação entre o caráter prescritivo da linguagem e a Gramática Tradicional?
b) Como a Linguística Histórica, com sua visão descritiva, estabelece um contraponto ao caráter prescritivo da Gramática Tradicional?
c) Qual a proposta de Oswald de Andrade, em seu texto “Pronominais” , no que diz respeito ao caráter prescritivo e ao caráter descritivo da linguagem? Para enriquecer seu comentário nessa questão, selecione dados do texto de Oswald que carcterizem os pontos de vista prescritivo e descritivo no tratamento das questões de linguagem.

Pronominais
Dê-me um cigarro

Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswaldo de Andrade

Lembrem-se que essa questão vale 2,0 pontos e eles serão avaliados a partir da minha observação sob os aspectos em que vocês têm tido mais dificuldade em escrever. Assim, busquem o máximo possível de perfeição no texto que vocês vão escrever, de forma que:
1. Garantam a discussão dos três elementos (presentes nas três orientações), ESTABELECENDO uma relação entre eles (ou seja, não responda a cada questão isoladamente, mas as una, formando um texto COESO). (1,0)
2. Apresentem escrita ortograficamente correta e boa distribuição do texto entre os parágrafos, com o emprego dos sinais de pontuação coerente à sequência das ideias. (0,3)
3. Apresentem especificidade do assunto discutido. Ou seja, não fiquem “rodando” no texto dizendo sempre a mesma coisa, mas busquem os termos específicos e as palavras próprias à situação. (0,7)

4 comentários:

  1. A visão prescritiva da linguagem não admite mais de uma forma correta, e nem aceita a possibilidade de escolha, que uma forma seja mais adequada para um uso do que para outro, como seria o caso de uma expressão mais apropriada á língua escrita do que a falada,ao uso coloquial do uma situação formal de comunicação.Com o objetivo de descrever a língua, a linguistica desenvolveu uma metodologia que visa analisar as frases efetivamente realizadas reunidas num corpus representativo.A linguistica histórica, com uma visão voltada para escrita, desde tempos remotos,ela estuda do início da escrita até os dias atuais, mais voltando ao ponto da gramática prescritiva tradicional, ela é mais voltada a fundamentar analise na língua escrita, e definiu falsos conceitos sobre a natureza da linguagem.Não reconhecendo a língua falada passando a considerar a escrita como modelo para todas as expressões linguisticas. Quanto a proposta de Oswald Andrade, ele estar nos passando que os dois são usados em formas diferentes, por pessoas com uma cultura diferente, o popular fala de uma forma o culto de outra.

    Jiomarques Moreira Barbosa

    Comentário da terceira semana

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  2. Resposta da questão da 3° semana.
    Levando-se em consideração que a linguagem pode também configurar-se como um conjunto finito de convenções, de sentenças ou de elementos que determinam a comunicação de um grupo social, pode-se perceber uma relação similar com o caráter prescritivo da gramática tradicional, uma vez que esta prescreve regras para convencionar códigos, sentenças e signos que determina um tipo de comunicação em um grupo social. Elegendo apenas uma modalidade de expressão, a escrita, a gramática tradicional impõe convenções como único sistema de representação para a linguagem verbal. Dentro dessa concepção, as normas da gramática tradicional exclui a dinâmica da fala do seu sistema de linguagem, criando um conjunto finito de produção que só se concretiza plenamente na escrita.
    Dessa forma, a lingüística histórica contrapõe a gramática tradicional no sentido de que descreve as regularidades que sustentam a estrutura de uma língua ou dialeto,sem no entanto, determinar normas de uso. Sua abordagem observa e explica as mudanças lingüísticas originais da fala internalizada no popular, sem intenções normativas.
    Dentro desse raciocínio é pertinente a contribuição de Oswald de Andrade que exemplifica muito bem o contraponto entre as abordagens da gramática tradicional e da lingüística histórica. Quando o poeta escreve o verso. “Dê-me um cigarro” ele relaciona o aspecto produzindo por um grupo social específico. Ironizando, ao escrever o verso aposto: “Me dá um cigarro”, ele subverte uma norma gramatical para chamar a atenção ao falar do brasileiro noto não como um sistema finito, mas com um leque de produções que reflete o caráter social de um povo.

    Débora Cunha Souza.

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  3. RESPOSTA DA 3ª ATIVIDADE

    O caráter prescritivo de linguagem e a gramática tradicional se relacionam, pois ambas fundamentam-se na língua escrita não reconhecendo a diferença entre língua escrita e língua falada. A gramática tradicional assumiu desde sua origem um ponto de vista prescritivo normativo em relação a língua,pois seguem normas e regras que tem o propósito de assegurar a língua escrita com a preocupação de fornecer argumento para se acreditar que existe uma única maneira correta de usar a língua.
    A Linguística histórica estudando as transformações da linguagem, mostram que as mudanças linguísticas tem sua origem na fala popular e baseando-se nesta teoria a mesma vem desmistificar esses falsos conceitos e até preconceitos da língua, pois está claro que a língua escrita não pode ser modelo para a língua falada. Porque além do fato histórico da fala ter precedido e continua precedendo a escrita em qualquer sociedade está visível que não há língua “mais lógica”, melhor ou pior, rica ou pobre e sim uma variedade de linguagem.
    Ao analisar o texto “Pronominais” de Oswald de Andrade nota-se que sua proposta é mostrar que a gramática aborda a língua exclusivamente sob uma perspectiva normativa contribuindo para uma série de falsos conceitos.
    Quando o Oswald cita em seu texto “Dê-me um cigarro” percebe-se que ocorreu uma frase de caráter prescritivo, pois dita uma regra da gramática que para o autor só é praticadas pelas pessoas cultas que fazem parte das classes altas e instruídas. Enquanto uma grande parte da população diz “Me dar um cigarro” faz parte do caráter descritivo em que se entendem as variedades lingüísticas do português brasileiro de forma dependente sem ditar regras e que todas as línguas naturais possuem os recursos necessários para a comunicação entre os seus falantes.


    Eurídes Souza Carneiro

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  4. RESPOSTA DA TERCEIRA ATIVIDADE

    Com base na reflexão sobre o caráter prescritivo e o caráter descritivo no tratamento das questões de linguagem e, no texto “Pronominais” de Oswaldo de Andrade, podemos perceber, mais uma vez, o enfoque direcionado à variação lingüística em relação à fala e a escrita, onde a relação entre o caráter prescritivo da linguagem e a gramática tradicional emerge da visão preconceituosa de ambas. Pois, essa visão não reconhece a diferença entre a língua escrita e a língua falada. Desta forma, prescrevem a língua escrita e a utilização de regras gramaticais como a forma ou modelo correto de uso da linguagem. Vemos um exemplo da variação da lingua no texto “Pronominais” de Oswaldo “Dê- me um cigarro” e “Me dá um cigarro”.
    Do ponto de vista descritivo da Lingüística Histórica, não há uma única maneira correta, prescrita por uma autoridade, de se usar a língua. E sim mudanças na língua que ocorre num determinado momento histórico. É isso que Oswaldo de Andrade propõem, um olhar diferenciado para as variedades lingüísticas e uso da língua, onde a preocupação com a linguagem literária e a linguagem padrão não deve classificá-las como modelo único para qualquer forma de expressão falada ou escrita.




    Evaneide Carneiro de Oliveira.

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